Reino Monera
O reino
monera é formado por bactérias,
cianobactérias e arqueobactérias (também chamadas arqueas), todos seres
muito simples, unicelulares e com célula procariótica (sem núcleo
diferenciado). Esses seres microscópios são geralmente menores do que 8
micrômetros ( 1µm = 0,001 mm).
As
bactérias (do grego bakteria: 'bastão') são encontrados em todos os
ecossistemas da Terra e são de grande importância para a saúde, para o ambiente
e a economia. As bactérias são encontradas em qualquer tipo de meio: mar, água
doce, solo, ar e, inclusive, no interior de muitos seres vivos.
Exemplos
da importância das bactérias:
- na decomposição de matéria orgânica morta. Esse processo é efetuado tanto aeróbia, quanto anaerobiamente;
- agentes que provocam doença no homem;
- em processos industriais, como por exemplo, os lactobacilos, utilizados na indústria de transformação do leite em coalhada;
- no ciclo do nitrogênio, em que atuam em diversas fases, fazendo com que o nitrogênio atmosférico possa ser utilizado pelas plantas;
- em Engenharia Genética e Biotecnologia para a síntese de várias substâncias, entre elas a insulina e o hormônio de crescimento.
Estrutura das Bactérias
Bactérias
são microorganismos unicelulares, procariotos, podendo viver isoladamente ou
construir agrupamentos coloniais de diversos formatos. A célula bacterianas
contém os quatro componentes fundamentais a qualquer célula: membrana
plasmática, hialoplasma, ribossomos e cromatina, no caso, uma molécula de DNA circular, que
constitui o único cromossomo bacteriano.
A região
ocupada pelo cromossomo bacteriano costuma ser denominada nucleóide. Externamente à membrana
plasmática existe uma parede celular (membrana esquelética, de composição
química específica de bactérias).
É comum
existirem plasmídios - moléculas
de DNA não ligada ao cromossomo bacteriano - espalhados pelo hialoplasma.
Plasmídios costumam conter genes para resistência a antibióticos.
Algumas
espécies de bactérias possuem, externamente à membrana esquelética, outro
envoltório, mucilaginoso, chamado de cápsula.
É o caso dos pneumococos (bactérias causadoras de pneumonia). Descobriu-se que
a periculosidade dessas bactérias reside na cápsula em um experimento, ratos
infectados com pneumococo sem cápsula tiveram a doença porém não morreram,
enquanto pneumococos capsulados causaram pneumonia letal.
A parede
da célula bacteriana, também conhecida como membrana esquelética, reveste
externamente a membrana plasmática, e é constituída de uma substância química
exclusiva das bactérias conhecida como mureína
(ácido n-acetil murâmico).
Reprodução das Bactérias
A
reprodução mais comum nas bactérias é assexuada
por bipartição ou cissiparidade. Ocorre a duplicação
do DNA bacteriano e uma posterior divisão em duas células. As bactérias multiplicam-se
por este processo muito rapidamente quando dispõem de condições favoráveis
(duplica em 20 minutos).
A
separação dos cromossomos irmãos conta com a participação dos mesossomos, pregas internas da
membrana plasmática nas quais existem também as enzimas participantes da
maior parte da respiração celular.
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Esporulação
Algumas
espécies de bactérias originam, sob certas condições ambientais, estruturas
resistentes denominadas esporos. A célula que origina o esporo se
desidrata, forma uma parede grossa e sua atividade metabólica torna-se muito
reduzida. Certos esporos são capazes de se manter em estado de dormência por
dezenas de anos. Ao encontrar um ambiente adequado, o esporo se reidrata e
origina uma bactéria ativa, que passa a se reproduzir por divisão binária.
Os
esporos são muito resistentes ao calor e, em geral, não morrem quando expostos
à água em ebulição. Por isso os laboratórios, que necessitam trabalhar em
condições de absoluta assepsia, costumam usar um processo especial, denominado autoclavagem,
para esterilizar líquidos e utensílios. O aparelho onde é feita a
esterilização, a autoclave, utiliza vapor de água a temperaturas da ordem de
120ºC, sob uma pressão que é o dobro da atmosférica. Após 1 hora nessas
condições, mesmo os esporos mais resistentes morrem.
A
indústria de enlatados toma medidas rigorosas na esterilização dos alimentos
para eliminar os esporos da bactéria Clostridium botulinum. Essa
bactéria produz o botulismo, infecção frequentemente fatal.
Reprodução sexuada
Para as
bactérias considera-se reprodução sexuada qualquer processo de transferência de
fragmentos de DNA de uma célula para outra. Depois de transferido, o DNA da
bactéria doadora se recombina com o da receptora, produzindo cromossomos com
novas misturas de genes. Esses cromossomos recombinados serão transmitidos às
células-filhas quando a bactéria se dividir.
A
transferência de DNA de uma bactéria para outra pode ocorrer de três maneiras:
por transformação, transdução e por conjugação.
Transformação
Na
transformação, a bactéria absorve moléculas de DNA dispersas no meio e são
incorporados à cromatina. Esse DNA pode ser proveniente, por exemplo, de
bactérias mortas. Esse processo ocorre espontaneamente na natureza.
Os
cientistas têm utilizado a transformação como uma técnica de Engenharia
Genética, para introduzir genes de diferentes espécies em células
bacterianas.
Transdução
Na transdução,
moléculas de DNA são transferidas de uma bactéria a outra usando vírus como
vetores (bactériófagos). Estes, ao se montar dentro das bactérias, podem
eventualmente incluir pedaços de DNA da bactéria que lhes serviu de hospedeira.
Ao infectar outra bactéria, o vírus que leva o DNA bacteriano o transfere
junto com o seu. Se a bactéria sobreviver à infecção viral, pode passar a
incluir os genes de outra bactéria em seu genoma.
Conjugação
Na
conjugação bacteriana, pedaços de DNA passam diretamente de uma bactéria
doadora, o "macho", para uma receptora, a "fêmea". Isso
acontece através de microscópicos tubos protéicos, chamados pili, que as
bactérias "macho" possuem em sua superfície.
O
fragmento de DNA transferido se recombina com o cromossomo da bactéria
"fêmea", produzindo novas misturas genéticas, que serão transmitidas
às células-filhas na próxima divisão celular.
Conjugação bacterian mostrando o pili sexual.
Reino Protista
A
complexidade da célula eucariótica de um protozoário é tão grande, que ela -
sozinha - executa todas as funções que tecidos, órgãos e sistemas realizam em
um ser pluricelular complexo. Locomoção, respiração, excreção, controle
hídrico, reprodução e relacionamento com o ambiente, tudo é executado por uma
única célula, que conta com algumas estruturas capazes de realizar alguns
desses papéis específicos, como em um organismo pluricelular.
Segundo a
classificação dos seres vivos em cinco reinos (Whittaker – 1969), um deles, o
dos Protistas, agrupa organismos eucariontes, unicelulares, autótrofos e
heterótrofos. Neste reino se colocam as algas inferiores:
euglenófitas, pirrófitas (dinoflagelados) e crisófitas (diatomáceas), que são protistas
autótrofos (fotossintetizantes). Os protozoários são protistas
heterótrofos.
A célula
A
célula de um protista é semelhante às células de animais e plantas, mas há
particularidades. Os plastos das algas são diferentes dos das plantas quanto
à sua organização interna de membranas fotossintéticas.
Ocorrem
cílios e flagelos para a locomoção. A célula do protozoário tem
uma membrana simples ou reforçada por capas externas protéicas ou, ainda, por
carapaças minerais, como certas amebas (tecamebas).
Os
radiolários e heliozoários possuem um esqueleto intracelular composto de
sílica.
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Os
foraminíferos são dotados de carapaças externas feitas de carbonato de
cálcio. As algas diatomáceas possuem carapaças silicosas.
Os
protistas podem ainda ter adaptações de forma e estrutura de acordo com o seu
modo de vida: parasita, ou de vida livre.
O
citoplasma está diferenciado em duas zonas, uma externa, hialina, o ectoplasma,
e outra interna, granular, o endoplasma. Nesta, existem vacúolos digestivos e
inclusões.
Origem
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Os
protozoários constituem um grupo de eucariontes com cerca de 20 mil espécies.
É um grupo diversificado, heterogêneo, que evoluiu a partir de algas
unicelulares. Em alguns casos essa origem torna-se bem clara, como por
exemplo no grupo de flagelados. Há registro fóssil de protozoários com
carapaças (foraminíferos), que viveram há mais de 1,5 bilhão de anos, na
Era
Proterozóica. Grandes extensões do fundo dos mares apresentam espessas
camadas de depósitos de carapaças de certas espécies de radiolários e
foraminíferos. São as chamadas vasas.
Ao
lado:
Microscopia eletrônica da carapaça presente externamente à célula de uma
espécie de radiolário.
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Habitat
Os
protozoários são, na grande maioria, aquáticos, vivendo nos mares, rios,
tanques, aquários, poças, lodo e terra úmida. Há espécies mutualísticas
e muitas são parasitas de invertebrados e vertebrados. Eles são
organismos microscópicos, mas há espécies de 2 a 3 mm. Alguns formam colônias
livres ou sésseis.
Fazem
parte do plâncton (conjunto de seres que vivem em suspensão na água dos rios,
lagos e oceanos, carregados passivamente pelas ondas e correntes). No plâncton
distinguem-se dois grupos de organismos:
- fitoplâncton: organismos produtores (fotossintetizadores), representados principalmente por dinoflagelados e diatomáceas, constituem a base de sustentação da cadeia alimentar nos mares e lagos . São responsáveis por mais de 90% da fotossíntese no planeta.
- zooplâncton: organismos consumidores, isto é, heterótrofos, representados principalmente por protozoários, pequenos crustáceos e larvas de muitos invertebrados e de peixes.
de vacúolos
digestivos. As partículas alimentares são englobadas por pseudópodos ou
penetram por uma abertura pré-existente na membrana, o citóstoma.
Já no
interior da célula ocorre digestão, e os resíduos sólidos não digeridos são
expelidos em qualquer ponto da periferia, por extrusão do vacúolo, ou num ponto
determinado da membrana, o citopígio ou citoprocto.
Respiração
A troca
de gases respiratórios se processa em toda a superfície celular.
Excreção
Os
produtos solúveis de excreção podem ser eliminados em toda a superfície da
célula. Nos protozoários de água doce há um vacúolo contrátil, que
recolhe o excesso de água absorvido pela célula, expulsando-a de tempos em
tempos por uma contração brusca. O vacúolo é, portanto, osmorregulador.
Classificação
A
classificação dos protozoários baseia-se fundamentalmente nos tipos de
reprodução e de organelas locomotoras.
A
locomoção se faz por batimento ciliar, flagelar, por emissão
de pseudópodos e até por simples deslizamento de todo o corpo celular.
Em alguns ciliados há, no lugar do citoplasma, filamentos contráteis, os
mionemas. Os pseudópodos, embora sendo expansões variáveis do citoplasma, podem
se apresentar sob diferentes formas.
Na
tendência moderna, os protozoários estão incluídos no Reino Protista,
subdivididos em quatro filos:
Rizópodes ou Sacorníceos
São
amebas (“nus”); radiolários e foraminíferos (têm carapaças com formas bastante
vistosas, feitas de calcário ou de sílica - importantes indicadores da
existência de jazidas de petróleo)
São
marinhos, de água doce ou parasitas (Entamoeba histolytica). Têm um ou
mais núcleos, vacúolos digestivos e vacúolos contráteis (apenas nos de água
doce).
Os
Rizópodes caracterizam-se por apresentarem pseudópodes como estrutura de
locomoção e captura de alimentos. São projeções da célula, que se deforma toda,
que encaminham a ameba para várias direções. O mecanismo que leva à formação
dos pseudópodes está hoje razoavelmente esclarecido: na região de formação de
uma dessas projeções, a parte viscosa do citoplasma se torna fluida, permitindo
que o restante da célula flua nessa direção. Vários pseudópodos podem ser
formados ao mesmo tempo, modificando constantemente a forma da ameba. Os
pseudópodos, na ameba, não servem apenas para a locomoção. Também são
utilizados para a captura de alimento: pequenas algas, bactérias, partículas
soltas na água etc. Eles rodeiam o alimento e o englobam.
O vacúolo
alimentar formado (também chamado de fagossomo) une-se a lisossomo e se
transforma em vacúolo digestivo. Inicia-se a digestão, a partir de enzimas
lisossômicas que atuam em meio ácido. Progressivamente, o conteúdo do vacúolo
digestivo torna-se alcalino, até completar-se a digestão. As partículas
digeridas atravessam a membrana do vacúolo, espalham-se pelo citoplasma e vão
participar do metabolismo celular. Partículas residuais são expelidas da célula
pela fusão da parede do vacúolo com a superfície da célula, em um processo
inverso ao da fagocitose.
As amebas
de vida livre que vivem em água doce apresentam vacúolo contrátil ou
pulsátil para osmorregulação, eliminando o excesso de água que vai entrando no
seu citoplasma (hipertônico), vindo do ambiente mais diluído (hipotônico).
Microscopia de um risópode.
Em
condições desfavoráveis, por exemplo sujeita à desidratação, a Entamoeba produz
formas de resistência, os cistos, com quatro núcleos no seu interior (partição
múltipla).
A reprodução
assexuada é por bipartição simples ou cissiparidade (mecanismo
semelhante a mitose).
Dentre as
amebas é importante a Entamoeba
histolytica, que parasita o intestino humano, causando a disenteria
amebiana ou amebíase.
Flagelados
Sua
célula é alongada, podem ter um ou mais flagelos e em alguns há também
pseudópodos. No gênero Trypanosoma
há uma membrana ondulante que auxilia na locomoção. Próximo ao ponto de origem
do flagelo, existe o cinetoplasto, organela que contém o DNA, capaz de se
autoduplicar e que fica incluído no interior de uma longa mitocôndria de
formato irregular que se estende ao longo da célula.
Existem
flagelados de vida livre (Euglena – possuem clorofila e realizam
fotossíntese; podem, também, nutrir-se de forma heterótrofa = zooflagelados), mutualísticos
(Trichonympha, no intestino de cupins – fornecem a enzima celulase) e parasitas
(Trypanosoma
cruzi).
Nos
coanoflagelados, há uma espécie de colarinho que serve para a captura de
partículas alimentares; têm estrutura muito semelhante aos coanócitos, células
típicas das esponjas.
Devido a
isso, há teorias que sugerem uma relação filogenética entre coanoflagelados e
esponjas.
A
reprodução é sexuada ou assexuada por divisão longitudinal.
Este filo
tem muitos importantes parasitas humanos:
- Leishmania
braziliensis: Causa a leishmaniose tegumentar ou úlcera de Bauru
('ferida brava'). Vive no interior das células da pele e é transmitida pelo
mosquito-palha (birigui).
- Trypanosoma cruzi: Causa a doença de Chagas, comum em nosso país e na América do Sul é transmitida por percevejos popularmente conhecidos como barbeiros.
- Giardia lamblia: Causa a giardíase (intestinal).
- Trichomonas vaginalis: Causa a tricomoníase (no aparelho genital).
- Trypanosoma cruzi: Causa a doença de Chagas, comum em nosso país e na América do Sul é transmitida por percevejos popularmente conhecidos como barbeiros.
- Giardia lamblia: Causa a giardíase (intestinal).
- Trichomonas vaginalis: Causa a tricomoníase (no aparelho genital).
No
intestino dos cupins e das baratas que comem madeira existem flagelados. Essa
convivência é pacifica e caracteriza uma associação em que ambos os
participantes são beneficiados (mutualismo). A madeira ingerida pelos
insetos é digerida por enzimas produzidas pelos flagelados. Ambos aproveitam os
produtos da digestão.
Esporozoários ou
Apicomplexos: são todos parasitas
Não
possuem orgânulos para locomoção.
São
todos parasitas e apresentam um tipo de reprodução assexuada especial
chamada de esporulação: uma célula divide seu núcleo numerosas vezes;
depois, cada núcleo com um pouco de citoplasma é isolado por uma membrana,
formando assim vários esporos a partir de uma célula
No ciclo
vital apresentam alternância de reprodução assexuada e sexuada.
O
principal gênero é o Plasmodium, com várias espécies causadoras da malária. O
Toxoplasma gondii, causador da doença toxoplasmose,
é de grande seriedade em mulheres grávidas até o terceiro mês.
Ciliados
É o grupo
mais altamente especializado. Apresentam cílios, cirros e membranelas.
Estas duas últimas estruturas resultam da concrescência (união) de muitos
cílios. Entre eles estão os protozoários “gigantes” como os paramécios (Paramecium)
muito usados em estudos; aqui estão os protozoários de organização mais
complexa. Os paramécios deslocam-se muito mais rapidamente que os flagelados e
as amebas por causa dos inúmeros cílios que se projetam da parede do corpo. A
maioria é de vida livre.
Além de orgânulos
especializados, possuem dois núcleos: macronúcleo (funções vegetativas)
e micronúcleo (funções genéticas: hereditariedade e reprodução);
apresentam extremidades anterior e posterior; na membrana, a entrada do
alimento se dá pelo citóstoma e a saída de resíduos pelo citopígio
(= citoprocto).
Possuem
dois vacúolos pulsáteis que funcionam alternadamente efetuando a regulação
osmótica e possivelmente a expulsão de toxinas. Cada vacúolo possui canais que
recolhem a água celular, encaminhando-a para um reservatório que efetua a sua
expulsão da célula.
Trocas
gasosas e excreção, como nos demais protozoários, ocorre pela superfície da
célula. A reprodução assexuada, como na ameba e na euglena, ocorre por divisão
binária.
A reprodução
sexuada por conjugação consiste no pareamento de dois paramécios, com fusão
das membranas e em seguida troca de material genético dos micronúcleos. Depois
os paramécios se separam e se reproduzem assexuadamente por cissiparidade.
Reprodução Assexuada
Nas algas
há dois tipos básicos de reprodução assexuada:
- divisão binária: comum nas formas unicelulares, que ocorrem à mitose para efetuar a divisão da célula.
- zoosporia: comum em algas multicelulares aquáticas. Cada zoósporo, dispersando-se pelo meio, é capaz de gerar nova alga.
Zoosporia das algas
Reprodução Sexuada
Os
gametas e os ciclos reprodutivos:
Em muitas
algas aquáticas há a produção de gametas que, fundindo-se, originarão zigotos.
Esses zigotos, após curto período de dormência, sofrem meiose com produção de
quatro células (zoósporos). Cada uma dessas células originará nova alga,
necessariamente haplóide. Note que, neste caso temos um ciclo reprodutivo no
qual o organismo adulto é haplóide.
O ciclo é
chamado de haplobionte (ou haplonte). A meiose ocorre na fase de zigoto,
sendo chamada zigótica. Também é chamada de meiose inicial, uma vez que cada
célula iniciará a formação de novo organismo adulto.
Em outras
algas, a geração adulta é diploide e produz gametas por meiose. Do encontro de
gametas, na fecundação, surge um zigoto que acaba originando um adulto
diplóide. O ciclo reprodutivo é diplobionte (ou diplonte). A meiose é gamética,
pois serviu para formar gametas. Também é chamada de meiose final por que
ocorre no fim do período de desenvolvimento do indivíduo adulto diplóide.
Alternância de gerações
A maioria
das algas multicelulares apresentam alternância de gerações, ou seja, em seu
ciclo de vida alternam–se gerações de indivíduos haplóides e diplóides.
Ex: Alga
verde talosa do gênero Ulva
O ciclo
haplodiplobionte ocorre também nas algas e pode ser visto na página que
trata de Gimnospermas.
Quanto
aos gametas produzidos pelas algas, há casos de:
- Isogamia - gametas masculinos e femininos iguais;
- Heterogamia - gametas masculinos e femininos móveis, flagelados, porém o masculino bem menor em tamanho que o feminino.
- Oogamia- gameta masculino é pequeno e móvel e o gameta feminino é grande e imóvel.
A conjugação
Em
algumas algas filamentosos de água doce ocorre pareamento de dois indivíduos
com a passagem, por um canal de comunicação, de células inteiras de um para
outro filamento. As células são haplóides e após se juntarem originam zigotos.
Os zigotos dividem-se por meiose e a cada célula formada será capaz de originar
novo filamento haplóide. Note que essa conjugação faz parte do ciclo
haplobionte e a meiose do zigoto contribui para o surgimento de variabilidade.
Reino Fungi
Os fungos
são popularmente conhecidos por bolores, mofos, fermentos, levedos,
orelhas-de-pau, trufas e cogumelos-de-chapéu (champignon). É um grupo
bastante numeroso, formado por cerca de 200.000 espécies espalhadas por
praticamente qualquer tipo de ambiente.
Os Fungos e sua Importância
Ecológica
Os fungos
apresentam grande variedade de modos de vida. Podem viver como saprófagos,
quando obtêm seus alimentos decompondo organismos mortos; como parasitas,
quando se alimentam de substâncias que retiram dos organismos vivos nos quais
se instalam, prejudicando-o ou podendo estabelecer associações mutualísticas
com outros organismos, em que ambos se beneficiam. Além desses modos mais
comuns de vida, existem alguns grupos de fungos considerados predadores que
capturam pequenos animais e deles se alimentam.
Em todos
os casos mencionados, os fungos liberam enzimas digestivas para fora de seus
corpos. Essas enzimas atuam imediatamente no meio orgânico no qual eles se
instalam, degradando-o à moléculas simples, que são absorvidas pelo fungo como
uma solução aquosa.
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Os
fungos saprófagos são responsáveis por grande parte da degradação da
matéria orgânica, propiciando a reciclagem de nutrientes. Juntamente com as
bactérias saprófagas, eles compõem o grupos dos organismos decompositores, de
grande importância ecológica. No processo da decomposição, a matéria orgânica
contida em organismos mortos é devolvida ao ambiente, podendo ser novamente
utilizada por outros organismos.
Apesar
desse aspecto positivo da decomposição, os fungos são responsáveis pelo
apodrecimento de alimentos, de madeira utilizada em diferentes tipos de
construções de tecidos, provocando sérios prejuízos econômicos. Os fungos
parasitas provocam doenças em plantas e em animais, inclusive no homem.
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A
ferrugem do cafeeiro, por exemplo, é uma parasitose provocada por fungo;
as pequenas manchas negras, indicando necrose em folhas, como a da soja,
ilustrada a seguir, são devidas ao ataque por fungos.
Folha da soja com sintomas da ferrugem asiática.
Em muitos
casos os fungos parasitas das plantas possuem hifas especializadas - haustórios
- que penetram nas células do hospedeiro usando os estomas como porta de
entrada para a estrutura vegetal. Das células da planta captam açúcares para a
sua alimentação.
Dentre os
fungos mutualísticos, existem os que vivem associados a raízes de
plantas formando as micorrizas (mico= fungo; rizas = raízes). Nesses
casos os fungos degradam materiais do solo, absorvem esses materiais degradados
e os transferem à planta, propiciando-lhe um crescimento sadio. A planta, por
sua vez, cede ao fungo certos açucares e aminoácidos de que ele necessita para
viver.
Algumas
plantas que formam as micorrizas naturalmente são o tomateiro, o morangueiro, a
macieira e as gramínias em geral.
As
micorrizas são muito freqüentes também em plantas típicas de ambientes com solo
pobre de nutrientes minerais, como os cerrados, no território brasileiro.
Nesses casos, elas representam um fator importânte de adaptação, melhorando as
condições de nutrição da planta.
Certos
grupos de fungos podem estabelecer associações mutualísticas com cianobactérias
ou com algas verdes, dando origem a organismos denominados líquens.
Estes serão discutidos posteriormente.
Econômica
Muito
fungos são aeróbios, isto é, realizam a respiração, mas alguns são anaeróbios
e realizam a fermentação.
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Destes
últimos, alguns são utilizados no processo de fabricação de bebidas
alcoólicas, como a cerveja e o vinho, e no processo de preparação do pão.
Nesses processos, o fungo utilizado pertence à espécie Saccharomyces
cerevisiae, capaz de transformar o açucar em álcool etílico e CO2 (fermentação
alcoólica), na ausência de O2. Na presença de O2 realizam
a respiração. Eles são, por isso, chamados de anaeróbios facultativos.
Na
fabricação de bebidas alcoólicas o importante é o álcool produzido na
fermentação, enquanto, na preparação do pão, é o CO2. Neste último
caso, o CO2 que vai sendo formado se acumula no interior da massa,
originando pequenas bolhas que tornam o pão poroso e mais leve.
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O
aprisionamento do CO2 na massa só é possível devido ao alto teor
de glúten na farinha de trigo, que dá a "liga" do pão. Pães feitos
com farinhas pobres em glúten não crescem tanto quanto os feitos com farinha
rica em glúten.
Imediatamente
antes de ser assado, o teor alcoólico do pão chega a 0,5%; ao assar, esse
álcool evapora, dando ao pão um aroma agradável.
Alguns
fungos são utilizados na indústria de laticínios, como é o caso do Penicillium
camemberti e do Penicillium roqueforte, empregados na fabricação
dos queijos Camembert e Roquefort, respectivamente.
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Algumas
espécies de fungos são utilizadas diretamente como alimento pelo homem. É o
caso da Morchella e da espécie Agaricus brunnescens, o popular
cogumelo ou champignon, uma das mais amplamente cultivadas no mundo.
Doenças Causadas por Fungos
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As
micoses que aparecem comumente nos homens são doenças provocadas por fungos.
As mais comuns ocorrem na pele, podendo-se manifestar em qualquer parte da
superfície do corpo.
São
comuns as micoses do couro cabeludo e da barba (ptiríase), das unhas e as que
causam as frieiras (pé-de-atleta).
As
micoses podem afetar também as mucosas como a da boca. É o caso so sapinho,
muito comum em crianças. Essa doença se manifesta por multiplos pontos
brancos na mucosa.
Existem,
também, fungos que parasitam o interior do organismo, como é o caso do fungo
causador da histoplasmose, doença grave que ataca os pulmões.
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Fungos Unicelulares
À
primeira vista, parece que todo o fungo é macroscópico. Existem, porém, fungos
microscópicos, unicelulares. Entre estes, pode ser citado o Saccharomyces
cerevisiae. Esse fungo é utilizado para a fabricação de pão, cachaça,
cerveja etc., graças à fermentação que ele realiza.
Saccharomyces: fungos unicelulares. Note que os pequenos brotos são novos indivíduos que estão sendo formados por reproduçãoo assexuada.
Fungos Pluricelulares
Os
fungos pluricelulares possuem uma característica morfológica que os
diferencia dos demais seres vivos. Seu corpo é constituído por dois
componentes: o corpo de frutificação é responsável pela reprodução do
fungo, por meio de células reprodutoras especiais, os esporos, e o micélio
é constituído por uma trama de filamentos, onde cada filamento é chamado de hifa.
Na
maioria dos fungos, a parede celular é complexa e constituída de quitina,
a mesma substância encontrada no esqueleto dos artrópodes.
O
carboidrato de reserva energética da maioria dos fungos é o glicogênio,
do mesmo modo que acontece com os animais.
Tipos de Hifas
Dependendo
do grupo de fungos, as hifas podem apresentar diferentes tipos de
organização. Nas hifas cenocíticas, presentes em fungos simples, o fio é contínuo
e o citoplasma contém numerosos núcleos nele inserido.
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Fungos
mais complexos, possuem hifas septadas, isto é, há paredes divisórias (septos)
que separam o filamento internamente em segmentos mais ou menos parecidos. Em
cada septo há poros que permitem o livre trânsito de material citoplasmático de
um compartimento a outro.
Tipos de hifas- Pelos poros das hifas septadas ocorre trânsito de citoplasma e de núcleos de uma célula para outra. Nos fungos, os núcleos são haploides.
Reprodução nos fungos
Reprodução Assexuada
Fragmentação
A
maneira mais simples de um fungo filamentoso se reproduzir assexuadamente é
por fragmentação: um micélio se fragmenta originando novos micélios.
Brotamento
Leveduras
como Saccharomyces cerevisae se reproduzem por brotamento ou
gemulação. Os brotos (gêmulas) normalmente se separam do genitor mas,
eventualmente, podem permanecer grudados, formando cadeias de células.
Esporulação
Nos
fungos terrestres, os corpos de frutificação produzem, por mitose, células
abundantes, leves, que são espalhadas pelo meio. Cada células dessas, um
esporo conhecido como conidiósporo (do grego, kónis = poeira), ao cair em um
material apropriado, é capaz de gerar sozinha um novo mofo, bolor etc.
Para a
produção desse tipo de esporo a ponta de uma hifa destaca-se do substrato e,
repentinamente, produz centenas de conidiósporos, que permanem unidos
até serem liberados. É o que acontece com o fungo penicillium, que
assim foi chamado devido ao fato de a estrutura produtora de esporos - o
conídio - se assemelhar a um pincel.
Ao
lado-
Micografia eletrônica de varredura mostrando o corpo de frutificação do Penicillium
sp. frequente bolor encontrado em frutas. Os pequenos e leves esporos
esféricos (conidiósporos) brotam de conídios que surgem na extremidade de uma
hifa especializada, o conidióforo.
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Em certos
fungos aquáticos, os esporos são dotados de flagelos, uma adaptação à dispersão
em meio líquido. Por serem móveis e nadarem ativamente, esses esporos são
chamados zoósporos.
Reprodução Sexuada
No
ciclo reprodutivo de alguns fungos aquáticos, há a produção de gametas
flagelados, que se fundem e geram zigotos que produzirão novos indivíduos. Nos
fungos terrestres, existe um ciclo de reprodução no qual há produção de esporos
por meiose. Desenvolvendo-se, esses esporos geram hifas haploides que
posteriormente se fundem e geram novas hifas diploides, dentro dos quais
ocorrerão novas meioses para a produção de mais esporos meióticos. A
alternância de meiose e fusão de hifas (que se comportam como gametas)
caracteriza o processo como sexuado.
O esquema
da figura abaixo ilustra um ciclo de reprodução genérico, válido para a
maioria dos fungos. Muitos alternam a reprodução sexuada com a assexuada. Em
outros, pode ocorrer apenas reprodução sexuada ou apenas a reprodução
assexuada.
De modo
geral, a reprodução sexuada dos fungos se inicia com a fusão de hifas
haploides, caracterizando a plasmogamia (fusão de citoplasmas). Os núcleos
haploides geneticamente diferentes, provenientes de cada hifa parental,
permanecem separados (fase heterocariótica, n + n).
Posteriormente,
a fusão nuclear (cariogamia) gera núcleos diploides que, dividindo-se por
meiose, produzem esporos haploides. Esporos formados por meiose são
considerados sexuados (pela variedade decorrente do processo meiótico).
Algumas
curiosidades merecem ser citadas a respeito da fase sexuada da reprodução:
- antes de ocorrer plasmogamia, é preciso que uma hifa "atraia" a outra. Isso ocorre por meio da produção de feromônios, substâncias de "atração sexual" produzidas por hifas compatíveis;
- em muitos fungos, após a plasmogamia decorre muito tempo (dias, meses, anos) até que ocorra a cariogamia;
- a produção de esporos meióticos, após a ocorrência de cariogamia, se dá em estruturas especiais, freqüentemente chamadas de esporângios.
Classificação dos Fungos
Classificar
fungos não é tarefa fácil. Trata-se de um grupo muito antigo (mais de 540
milhões de anos) e existem muitas dúvidas a respeito de sua origem e evolução.
Os quitridiomicetos,
constituídos por cerca de 790 espécies, são os prováveis ancestrais dos fungos.
Vivem em meio aquático e em solos úmidos próximos a represas, rios e lagos.
Vivem da absorção da matéria orgânica que decompõe e, muitas vezes, parasitam
algas, protozoários, outros fungos, plantas e animais. Algumas espécies causam
considerável prejuízo em plantas de cultivo (alfafa e milho).
Os ascomicetos,
com cerca de 32.000 espécies, são os que formam estruturas reprodutivas
sexuadas, conhecidas como ascos, dentro das quais são produzidos esporos
meióticos, os ascósporos. Incluem diversos tipos de bolores, as trufas, as Morchellas,
todos filamentos, e as leveduras (Saccharomyces sp.), que são
unicelulares.
Os basidiomicetos,
com cerca de 22.000 espécies, são os que produzem estruturas reprodutoras
sexuadas, denominadas de basídios, produtores de esporos meióticos, os
basidiósporos. O grupo inclui cogumelos, orelhas-de-pau, as ferrugens e os
carvões, esses dois últimos causadores de doenças em plantas.
Os zigomicetos,
com cerca de 1.000 espécies, são fungos profusamente distribuídos pelo
ambiente, podendo atuar como decompositores ou como parasitas de animais. Os
mais conhecidos é o Rhizobux stolonifer, bolor que cresce em frutas,
pães e doces - seu corpo de frutificação é uma penugem branca que lembra
filamentos de algodão, recheados de pontos escuros que representam os
esporângios.
Os deuteromicetos,
ou fungos conidiais, que já foram conhecidos como fungos imperfeitos, costituem
um grupo de fungos que não se enquadra no dos anteriores citados. Em muitos
deles, a fase sexuada não é conhecida ou pode ter sido simplesmente perdida ao
longo do processo evolutivo. De modo geral, reproduzem-se assexuadamente por
meio da produção de conidiósporos. A esse grupo pertencem diversas espécies de Penicillium
(entre as quais a que produz penicilina) e Aspergillus (algumas espécies
produzem toxinas cancerígenas).
Liquens
Os liquens
são associações simbióticas de mutualismo entre fungos e algas. Os fungos que
formam liquens são, em sua grande maioria, ascomicetos (98%), sendo o restante,
basidiomicetos. As algas envolvidas nesta associação são as clorofíceas e
cianobactérias. Os fungos desta associação recebem o nome de micobionte
e a alga, fotobionte, pois é o organismo fotossintetizante da
associação.
A natureza dupla do liquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do liquen é formado pelo fungo.
A natureza dupla do liquen é facilmente demonstrada através do cultivo separado de seus componentes. Na associação, os fungos tomam formas diferentes daquelas que tinha quando isolados, grande parte do corpo do liquen é formado pelo fungo.
A microscopia eletrônica mostra as hifas de fungo entrelaçadas com a alga.
Morfologia
Normalmente
existem três tipos de talo:
Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato.
Crostoso: o talo é semelhante a uma crosta e encontra-se fortemente aderido ao substrato.
Folioso: o talo é parecido com folhas
Fruticoso: o talo é parecido com um
arbusto e tem posição ereta.
Reprodução
Os
liquens não apresentam estruturas de reprodução sexuada. O micobionte pode
formar conídios, ascósporos ou basidiósporos. As
estruturas sexuadas apresentam forma de apotécio. Os esporos formados
pelos fungos do liquen germinam quando entram em contato com alguma clorofícea
ou cianobactéria.
O fotobionte se reproduz vegetativamente. O liquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O liquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.
O fotobionte se reproduz vegetativamente. O liquen pode se reproduzir assexuadamente por sorédios, que são propágulos que contém células de algas e hifas do fungo, e por isídios, que são projeções do talo, parecido com verrugas. O liquen também pode se reproduzir por fragmentação do talo.
Habitat
Os
líquens possuem ampla distribuição e habitam as mais diferentes regiões.
Normalmente os liquens são organismos pioneiros em um local, pois
sobrevivem em locais de grande estresse ecológico. Podem viver em locais como
superfícies de rochas, folhas, no solo, nos troncos de árvores, picos alpinos,
etc. Existem liquens que são substratos para outros liquens.
A capacidade do liquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.
A capacidade do liquen de viver em locais de alto estresse ecológico deve-se a sua alta capacidade de dessecação. Quando um líquen desseca, a fotossíntese é interrompida e ele não sofre pela alta iluminação, escassez de água ou altas temperaturas. Por conta desta baixa na taxa de fotossíntese, os liquens apresentam baixa taxa de crescimento.
Importância Econômica
Os
liquens produzem ácidos que degradam rochas e ajudam na formação do solo,
tornando-se organismos pioneiros em diversos ambientes. Esses ácidos também
possuem ação citotóxica e antibiótica.
Quando a associação é com uma cianobactéria, os liquens são fixadores de nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo.
Os liquens são extremamente sensíveis à poluição, sobrevivendo de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.
Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais.
Quando a associação é com uma cianobactéria, os liquens são fixadores de nitrogênio, sendo importantes fontes de nitrogênio para o solo.
Os liquens são extremamente sensíveis à poluição, sobrevivendo de bioindicadores de poluição, podendo indicar a qualidade do ar e até quantidade de metais pesados em áreas industriais.
Algumas espécies são comestíveis, servindo de alimento para muitos animais.
Reino Plantae ou Metaphyta(VEGETAL)
As
plantas são seres pluricelulares e eucariontes. Nesses aspectos
elas são semelhantes aos animais e a muitos tipos de fungos; entretanto, têm
uma característica que as distingue desses seres - são autotróficas.
Como já vimos, seres autotróficos são aqueles que produzem o próprio alimento
pelo processo da fotossíntese.
Utilizando
a luz, ou seja, a energia luminosa, as plantas produzem a glicose, matéria
orgânica formada a partir da água e do gás carbônico que obtêm do alimento, e
liberam o gás oxigênio.
As
plantas, juntamente com outros seres fotossintetizantes, são produtoras de
matéria orgânica que nutre a maioria dos seres vivos da Terra, atuando na
base das cadeias alimentares. Ao fornecer o gás oxigênio ao ambiente,
as plantas também contribuem para a manutenção da vida dos seres que, assim
como elas próprias, utilizam esse gás na respiração. As plantas conquistaram
quase todos os ambientes da superfície da Terra.
Segundo
a hipótese mais aceita, elas evoluíram a partir de ancestrais protistas.
Provavelmente, esses ancestrais seriam tipos de algas pertencentes ao grupo
dos protistas que se desenvolveram na água. Foram observadas semelhanças
entre alguns tipos de clorofila que existem tanto nas algas verdes como nas
plantas.
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A partir
dessas e de outras semelhanças, supõe-se que as algas verdes aquáticas são
ancestrais diretas das plantas.
Há cerca
de 500 milhões de anos, as plantas iniciaram a ocupação do ambiente terrestre.
Este ambiente oferece às plantas vantagens como: maior facilidade na captação
da luz, já que ela não chega às grandes profundidades da água, e facilidade da
troca de gases, devido à maior concentração de gás carbônico e gás oxigênio na
atmosfera. Esses fatores são importantes no processo da respiração e da
fotossíntese.
Mas e quanto a presença da água, tão necessária à
vida?
Ao
compararmos o ambiente terrestre com o ambiente aquático, verificamos que no
terrestre a quantidade de água sob a forma líquida é bem menor e também que a
maior parte dela está acumulada no interior do solo.
Como,
então, as plantas sobrevivem no ambiente terrestre? Isso é possível porque elas
apresentam adaptações que lhes possibilitam desenvolver no ambiente
terrestre e ocupá-lo eficientemente. As plantas adaptadas ao ambiente
terrestre apresentam, por exemplo, estruturas que permitem a absorção de água
presente no solo e outras estruturas que impedem a perda excessiva se água.
Veremos mais adiante como isso ocorre.
Devemos
lembrar que alguns grupos de plantas continuaram sobrevivendo em ambiente
aquático.
Classificação das plantas
As
plantas cobrem boa parte dos ambientes terrestres do planeta. Vistas em
conjunto, como nesta foto, parecem todas iguais. Mas na realidade existem
vários tipos de planta e elas ocupam os mais diversos ambientes.
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Você já
sabe que para classificar, ou seja, organizar diversos objetos ou seres em
diferentes grupos, é preciso determinar os critérios através dos quais
identificaremos as semelhanças e as diferenças entre eles.
Vamos
ver agora como as plantas podem ser classificadas.
O reino
das plantas é constituído de organismos pluricelulares, eucariontes,
autótrofos fotossintetizantes.
É
necessário definir outros critérios que possibilitem a classificação das
plantas para organizá-las em grupos menos abrangentes que o reino.
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Em geral,
os cientistas consideram como critérios importantes:
- a característica da planta ser vascular ou avascular, isto é, a presença ou não de vasos condutores de água e sais minerais (seiva bruta) e matéria orgânica (a seiva elaborada);
- ter ou não estruturas reprodutoras (semente, fruto e flor) ou ausência delas.
Os nomes dos grupos de plantas
- Criptógama: palavra composta por cripto, que significa escondido, e gama, cujo significado está relacionado a gameta (estrutura reprodutiva). Esta palavra significa, portanto, "planta que tem estrutura reprodutiva escondida". Ou seja, sem semente.
- Fanerógama: palavra composta por fanero, que significa visível, e por gama, relativo a gameta. Esta palavra significa, portanto, "planta que tem a estrutura reprodutiva visível". São plantas que possuem semente.
- Gimnosperma: palavra composta por gimmno, que significa descoberta, e sperma, semente. Esta palavra significa, portanto, "planta com semente a descoberto" ou "semente nua".
- Angiosperma: palavra composta por angion, que significa vaso (que neste caso é o fruto) e sperma, semente. A palavra significa, "planta com semente guardada no interior do fruto".
Briófitas - Plantas sem vasos condutores
Essa
divisão compreende vegetais terrestres com morfologia bastante simples,
conhecidos popularmente como "musgos" ou "hepáticas".
São
organismos eucariontes, pluricelulares, onde apenas os elementos reprodutivos
são unicelulares, enquadrando-se no Reino Plantae, como todos os demais
grupos de plantas terrestres.
Ocorrência
As
briófitas são características de ambientes terrestre úmidos, embora algumas
apresentem adaptações que permitem a ocupação dos mais variados tipos de
ambientes, resistindo tanto à imersão, em ambientes totalmente aquáticos,
como a desidratação quando atuam como sucessores primários na
colonização, por exemplo, de rochas nuas ou mesmo ao congelamento em regiões
polares. Apresenta-se, entretanto sempre dependentes da água, ao menos para o
deslocamento do anterozoide flagelado até a oosfera.
Esta
Divisão não possui representantes marinhos.
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Morfologia
As
briófitas são plantas avasculares de pequeno porte que possuem muitos e
pequenos cloroplastos em suas células. O tamanho das briófitas está relacionado
à ausência de vasos condutores, chegando no máximo a 10 cm em ambientes
extremamente úmidos. A evaporação remove consideravelmente a quantidade de água
para o meio aéreo. A reposição por absorção é um processo lento. O transporte
de água ao longo do corpo desses vegetais ocorre por difusão de célula a
célula, já que não há vasos condutores e, portanto, é lento.
Reprodução
O ciclo haplodiplobionte nos
musgos
Nos
musgos e em todas as briófitas, a metagênese envolve a alternância de duas
gerações diferentes na forma e no tamanho. Os gametófitos, verdes, são de sexos
separados e duram mais que os esporófitos.
Existem
órgãos especializados na produção de gametas chamados gametângios e que
ficam localizados no ápice dos gametófitos. O gametângio masculino é o anterídio
e seus gametas, os anterozoides. O gametângio feminino é o arquegônio
que produz apenas um gameta feminino, a oosfera.
Para
ocorrer o encontro dos gametas é preciso, inicialmente, que os anterozoides
saiam dos anterídios. Gotículas de água do ambiente que caem nos anterídios
libertam os gametas masculinos. Deslocando-se na água, os anterozoides entram
no arquegônio e apenas um deles fecunda a oosfera. Forma-se o zigoto que,
dividindo-se inúmeras vezes, origina o embrião. Este, no interior do
arquegônio, cresce e forma o esporófito.
O jovem
esporófito, no seu crescimento, rompe o arquegônio e carrega em sua ponta
dilatada um pedaço rompido do arquegônio, em forma de "boné",
conhecido como caliptra. Já como adulto, o esporófito, apoiado no
gametófito feminino, é formado por uma haste e, na ponta, uma cápsula (que é um
esporângio) dilatada, dotada de uma tampa, coberta pela caliptra.
No
esporângio células 2n sofrem meiose e originam esporos haploides. Para serem
liberados, é preciso inicialmente que a caliptra seque e caia. A seguir, cai a
tampa do esporângio. Em tempo seco e, preferencialmente, com vento os esporos
são liberados e dispersam-se. Caindo em locais úmidos, cada esporo germina e
origina um filamento semelhante a uma alga, o protonema. Do protonema,
brotam alguns musgos, todos idênticos geneticamente e do mesmo sexo. Outro
protonema, formado a partir de outro esporo, originará gametófitos do outro
sexo e, assim, completa-se o ciclo. Note que a determinação do sexo ocorre, então,
já na formação dos esporos.
Classificação das briófitas
As
briófitas mais conhecidas são as hepáticas e os musgos. As hepáticas são tanto
aquáticas quento terrestres e seu talo é uma lâmina extremamente delgada. Seu
talo lembra muito um vegetal superior: apresenta-se ereto, crescendo a partir
do solo.
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Hepáticas
Nos
musgos, como, aliás, em todas as briófitas, há duas gerações adultas somáticas
com aspectos totalmente diferentes e que se alternam em um ciclo reprodutivo
(gametófito e o esporófito).
Musgo
Importância dos musgos
Apesar do
aspecto modesto, os musgos têm grande importância para os ecossistemas.
Juntamente com os liquens, os musgos foram as primeiras plantas a crescer sobre
rochas, as quais desgastam por meio de substâncias produzidas por sua atividade
biológica. Desse modo, permitem que, depois deles, outros vegetais possam
crescer sobre essas rochas. Daí seu importante papel nas primeiras etapas de
formação dos solos.
Reino dos Animais
Os invertebrados
Os
animais compõem um reino com mais de um milhão de espécies. No entanto, fósseis encontrados
revelam que uma quantidade muito maior de espécies animais já viveu na Terra,
mas hoje estão extintas.
Nós, os
seres vivos, somos muitos e temos as mais variadas formas e tamanhos - desde
corpos microscópicos, como o ácaro, até corpos gigantescos como o da
baleia-azul. Alguns com forma, organização e funcionamento do corpo simples,
como uma esponja-do-mar; outros, com a estrutura complexa de um mamífero.
Apesar da
grande diversidade, quase todos os animais apresentam uma característica em
comum: são formados por milhares de células de diversos tipos. Outro aspecto
comum aos seres do reino Animal é que obtêm o seu alimento a partir de outros
seres vivos.
Os
animais habitam quase todos os ambientes conhecidos do nosso planeta, podendo
ser encontrados tanto em grandes altitudes nas montanhas quanto em profundas
fossas marinhas.
A maioria
das espécies é capaz de se locomover, isto é, mover o corpo de um lugar para o
outro. No entanto, há espécies que vivem fixas, ou seja, sésseis, no ambiente,
como as esponjas-do-mar.
O que é vertebrado e invertebrado?
Os
animais são estudados pela zoologia - campo da ciência cujo nome
origina-se da língua grega: zoo significa "animal", e logia,
"estudo".
Para
facilitar o estudo, é importante classificar os animais. Uma das formas de
fazer essa classificação é dividi-los em dois grandes grupos: vertebrados e
invertebrados.
No grupo
dos vertebrados estão os animais que, como os seres humanos, possuem
coluna vertebral. Já o grupo dos invertebrados é formado por aqueles que
não possuem coluna vertebral.
A coluna
vertebral é um tipo de eixo esquelético formado por peças articuladas entre
si - as vértebras-, que podem ser ósseas ou cartilaginosas. As articulações
permitem a flexibilidade do esqueleto interno, facilitando a movimentação.
Observe a coluna vertebral do homem e no detalhe a
articulação entre as vértebras.
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Em amarelo as vértebras e em azul a articulação
que permite o movimento.
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A coluna
vertebral, associada ao sistema muscular, garante que os animais movimentem-se
em mantenham a sua estrutura firme.
Poríferos
Os
poríferos, também conhecidos como espongiários ou simplesmente esponjas,
surgiram provavelmente há cerca de 1 bilhão de anos. Supõe-se que eles sejam
originados de seres unicelulares e heterótrofos que se agrupam em colônias.
Veja o
texto:
Talvez ao
tomar banho, você goste de se ensaboar usando uma esponja sintética, feita de
plástico ou de borracha, ou uma bucha vegetal.
Esponjas sintéticas
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de
banho
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Mas você já pensou em tomar banho
ensaboando-se com o esqueleto de algum animal?
Antes da
invenção das esponjas sintéticas, as esponjas naturais eram muito usadas pelas
pessoas para tomar banho e na limpeza doméstica, para esfregar panelas e copos,
por exemplo. A esponja natural é o esqueleto macio de certas espécies de
animais do grupo dos poríferos; esses esqueletos são feitos de um emaranhado de
delicadas fibras de uma proteína chamada espongina.
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Esses
animais não possuem tecidos bem definidos e não apresentam órgãos
e nem sistemas. São exclusivamente aquáticos, predominantemente marinhos,
mas existem algumas espécies que vivem em água doce.
Os
poríferos vivem fixos a rochas ou a estruturas submersas, como conchas,
onde podem formar colônias de coloração variadas. Podem ses encontrados desde
as regiões mais rasas das praias até profundidades de aproximadamente 6 mil
metros. Alimentam-se de restos orgânicos ou de microorganismos que capturam
filtrando a água que penetra em seu corpo, como veremos adiante. Por sua vez,
servem de alimento para algumas espécies de animais, como certos moluscos,
ouriços-do-mar, estrelas-do-mar, peixes e tartarugas.
Organização do corpo dos poríferos
O corpo
de um porífero possui células que apresentam uma certa divisão de trabalho.
Algumas dessas células são organizadas de tal maneira que formam pequenos
orifícios, denominados poros, em todo o corpo do animal. É por isso que
esses seres recebem o nome de poríferos (do latim porus: 'poro'; ferre:
'portador').
Observe
no esquema abaixo que a água penetra no corpo do animal através dos vários
poros existentes em seu corpo. Ela alcança então uma cavidade central
denominada átrio. Observe também que a parede do corpo é revestida
externamente por células achatadas que formam a epiderme. Já internamente, a
parede do corpo é revestida por células denominadas coanócitos.
Cada coanócito
possui um longo flagelo. O batimento dos flagelos promove um contínuo fluxo de
água do ambiente para o átrio do animal. A essa água estão misturados restos
orgânicos e microorganismos, que são capturados e digeridos pelos coanócitos. O
material digerido é então distribuído para as demais células do animal. Como a
digestão ocorre no interior de células, diz-se que os poríferos apresentam
digestão intracelular.
Os
poríferos são animais filtradores, já que filtram a água que penetra em
seu corpo, retirando dela alimento e gás oxigênio. Depois disso, a água com
resíduos do metabolismo desses animais é eliminada para o ambiente por meio de
uma abertura denominada ósculo.
O
esqueleto das esponjas é formado por diversos tipos de substâncias. Entre elas
destacam-se as espícolas de calcário ou de sílica, com formas variadas,
e uma rede de proteína chamada espongina.
Muitas espécies de poríferos, que ficam totalmente
expostos aos predadores, apresentam mecanismos de defesa contra a predação
excessiva. O principal mecanismo é de natureza química, e ocorre deste modo:
algumas esponjas produzem uma substância tóxica e outras produzem substâncias
com atividade anti-microbiana.
No fundo do mar, corais, cnidários e poríferos entre outros competem pelos espaços em substratos sólidos, como as rochas.
Além de
atuar como defesa contra predadores e infecções microbianas, essas substâncias
tóxicas expelidas pelas esponjas, são vantajosas na competição por espaço que
os poríferos travam com outros invertebrados, como os corais, e até mesmo com
outras esponjas. Isso permite a algumas esponjas cresçam rapidamente.
Também
são muito comuns relações de comensalismo. A estrutura do corpo das esponjas e
as suas defesas contra predadores tornam esses animais excelentes refúgios para
invertebrados menores e até mesmo para alguns peixes. Várias espécies dependem
dessa proteção na sua fase jovem, do contrário suas populações não ficariam
estáveis.
Outras
associações comuns são aquelas envolvendo esponjas, bactérias e cianobactérias.
Provavelmente, o organismo das esponjas constitui um meio rico para o
crescimento das bactérias e, ao mesmo tempo, se beneficia de um estoque de
bactérias usadas na sua nutrição.
A reprodução dos poríferos
A
reprodução dos poríferos pode ser assexuada ou sexuada.
Assexuada - Ocorre, por exemplo, por
brotamento. Neste caso, formam-se brotos, que podem se separar do corpo do
animal e dar origem a novas esponjas. Observe o esquema abaixo.
As esponjas apresentam ainda grande capacidade de
regeneração. Se uma esponja for partida em pedaços, cada pedaço poderá dar
origem a uma nova esponja.
Sexuada. Neste caso, quando os
espermatozóides (gametas masculinos) estão maduros, eles saem pelo ósculo,
junto com a corrente de água, e penetram em outra esponja, onde um deles
fecunda um óvulo (gameta feminino). Após a fecundação, que é interna, forma-se
uma célula ovo ou zigoto, que se desenvolve e forma uma larva. A larva sai do
corpo da esponja, nada com a ajuda de cílios e se fixa, por exemplo, numa
rocha, onde se desenvolve até originar uma nova esponja.
Em certas
esponjas, o esqueleto não possui espículas, mas tem a rede de espongina
bastante desenvolvida. As esponjas desse tipo é que foram muito utilizadas no
passado para banho e limpeza doméstica como no texto acima.
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Vírus
Vírus são os únicos organismos acelulares da Terra
atual.
Os vírus
são seres muito simples e pequenos (medem menos de 0,2 µm), formados
basicamente por uma cápsula proteica envolvendo o material genético, que,
dependendo do tipo de vírus, pode ser o DNA, RNA ou os dois juntos
(citomegalovírus). A palavra vírus vem do Latim vírus que significa fluído
venenoso ou toxina. Atualmente é utilizada para descrever os vírus
biológicos, além de designar, metaforicamente, qualquer coisa que se reproduza
de forma parasitária, como ideias. O termo vírus de computador nasceu por
analogia. A palavra vírion ou víron é usada para se
referir a uma única partícula viral que estiver fora da célula hospedeira.
Das
1.739.600 espécies de seres vivos conhecidos, os vírus representam 3.600
espécies.
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Vírus é
uma partícula basicamente proteica que pode infectar organismos vivos.
Vírus são parasitas obrigatórios do interior celular e isso significa
que eles somente se reproduzem pela invasão e possessão do controle da
maquinaria de auto-reprodução celular. O termo vírus geralmente
refere-se às partículas que infectam eucariontes (organismos cujas
células têm carioteca), enquanto o termo bacteriófago ou fago
é utilizado para descrever aqueles que infectam procariontes (domínios
bacteria e archaea).
Tipicamente,
estas partículas carregam uma pequena quantidade de ácido nucleico (seja DNA
ou RNA, ou os dois) sempre envolto por uma cápsula proteica denominada capsídeo.
As proteínas que compõe o capsídeo são específicas para cada tipo de vírus. O
capsídeo mais o ácido nucleico que ele envolve são denominados
nucleocapsídeo. Alguns vírus são formados apenas pelo núcleo capsídeo, outros
no entanto, possuem um envoltório ou envelope externo ao nucleocapsídeo.
Esses vírus são denominados vírus encapsulados ou envelopados.
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O
envelope consiste principalmente em duas camadas de lipídios derivadas da
membrana plasmática da célula hospedeira e em moléculas de proteínas virais,
específicas para cada tipo de vírus, imersas nas camadas de lipídios.
São as
moléculas de proteínas virais que determinam qual tipo de célula o vírus irá
infectar. Geralmente, o grupo de células que um tipo de vírus infecta é
bastante restrito. Existem vírus que infectam apenas bactérias, denominadas bacteriófagos,
os que infectam apenas fungos, denominados micófagos; os que infectam as
plantas e os que infectam os animais, denominados, respectivamente, vírus de
plantas e vírus de animais.
Esquema do Vírus HIV
Os vírus
não são constituídos por células, embora dependam delas para a sua multiplicação.
Alguns vírus possuem enzimas. Por exemplo o HIV tem a enzima Transcriptase
reversa que faz com que o processo de Transcrição reversa seja
realizado (formação de DNA a partir do RNA viral). Esse processo de se formar
DNA a partir de RNA viral é denominado retrotranscrição, o que deu o nome retrovírus
aos vírus que realizam esse processo. Os outros vírus que possuem DNA fazem o
processo de transcrição (passagem da linguagem de DNA para RNA) e só depois a
tradução. Estes últimos vírus são designados de adenovírus.
Vírus são
parasitas intracelulares obrigatórios: a falta de hialoplasma e ribossomos
impede que eles tenham metabolismo próprio. Assim, para executar o seu ciclo de
vida, o vírus precisa de um ambiente que tenha esses componentes. Esse ambiente
precisa ser o interior de uma célula que, contendo ribossomos e outras
substâncias, efetuará a síntese das proteínas dos vírus e, simultaneamente,
permitirá que ocorra a multiplicação do material genético viral.
Em muitos
casos os vírus modificam o metabolismo da célula que parasitam, podendo provocar
a sua degeneração e morte. Para isso, é preciso que o vírus inicialmente entre
na célula: muitas vezes ele adere à parede da célula e "injeta" o seu
material genético ou então entra na célula por englobamento - por um processo
que lembra a fagocitose, a célula "engole" o vírus e o introduz no
seu interior.
Vírus, seres vivos ou não?
Vírus não
têm qualquer atividade metabólica quando fora da célula hospedeira: eles não
podem captar nutrientes, utilizar energia ou realizar qualquer atividade
biossintética. Eles obviamente se reproduzem, mas diferentemente de células,
que crescem, duplicam seu conteúdo para então dividir-se em duas células
filhas, os vírus replicam-se através de uma estratégia completamente diferente:
eles invadem células, o que causa a dissociação dos componentes da partícula
viral; esses componentes então interagem com o aparato metabólico da célula
hospedeira, subvertendo o metabolismo celular para a produção de mais vírus.
Há grande
debate na comunidade científica sobre se os vírus devem ser considerados seres
vivos ou não, e esse debate e primariamente um resultado de diferentes
percepções sobre o que vem a ser vida, em outras palavras, a definição de vida.
Aqueles que defendem a ideia que os vírus não são vivos argumentam que organismos
vivos devem possuir características como a habilidade de importar nutrientes e
energia do ambiente, devem ter metabolismo (um conjunto de reações químicas
altamente inter-relacionadas através das quais os seres vivos constroem e
mantêm seus corpos, crescem e performam inúmeras outras tarefas, como
locomoção, reprodução, etc.); organismos vivos também fazem parte de uma
linhagem contínua, sendo necessariamente originados de seres semelhantes e,
através da reprodução, gerar outros seres semelhantes (descendência ou prole),
etc.
Os vírus
preenchem alguns desses critérios: são parte de linhagens contínuas,
reproduzem-se e evoluem em resposta ao ambiente, através de variabilidade e
seleção, como qualquer ser vivo. Porém, não têm metabolismo próprio, por isso
deveriam ser considerados "partículas infecciosas", ao invés de seres
vivos propriamente ditos. Muitos, porém, não concordam com essa perspectiva, e
argumentam que uma vez que os vírus são capazes de reproduzir-se, são
organismos vivos; eles dependem do maquinário metabólico da célula hospedeira,
mas até aíi todos os seres vivos dependem de interações com outros seres vivos.
Outros ainda levam em consideração a presença massiva de vírus em todos os
reinos do mundo natural, sua origem - aparentemente tão antiga como a própria
vida - sua importância na história natural de todos os outros organismos, etc.
Conforme já mencionado, diferentes conceitos a respeito do que vem a ser vida
formam o cerne dessa discussão. Definir vida tem sido sempre um grande problema,
e já que qualquer definição provavelmente será evasiva ou arbitrária,
dificultando assim uma definição exata a respeito dos vírus.
Doenças humanas virais
No homem,
inúmeras doenças são causadas por esses seres acelulares. Praticamente todos os
tecidos e órgãos humanos são afetados por alguma infecção viral. Abaixo você
encontra as viroses mais frequentes na nossa espécie. Valorize principalmente
os mecanismos de transmissão e de prevenção. Note que a febre amarela e dengue
são duas viroses que envolvem a transmissão por insetos (mosquito da espécie Aedes
aegypti). Para a primeira, existe vacina. Duas viroses relatadas abaixo,
AIDS e condiloma acuminado, são doenças sexualmente trasmissíveis (DSTs). A
tabela também relaciona viroses comuns na infância, rubélola, caxumba, sarampo,
poliomelite - para as quais exiestem vacinas.
Algumas
das principais viroses que acometem os seres humanos:
- Resfriado Comum;
- Caxumba;
- Raiva;
- Rubéola;
- Sarampo;
- Hepatites;
- Dengue;
- Poliomielite;
- Febre amarela;
- Varicela ou Catapora;
- Varíola;
- Meningite viral;
- Mononucleose Infecciosa;
- Herpes
- Condiloma
- Hantavirose
- AIDS.
Prevenção e tratamento de doenças virais
Devido ao
uso da maquinaria das células do hospedeiro, os vírus tornam-se difíceis de
matar. As mais eficientes soluções médicas para as doenças virais são, até
agora, as vacinas para prevenir as infecções, e drogas que tratam os sintomas
das infecções virais. Os pacientes frequentemente pedem antibióticos, que são
inúteis contra os vírus, e seu abuso contra infecções virais é uma das causas
de resistência antibiótica em bactérias. Diz-se, às vezes, que a ação prudente
é começar com um tratamento de antibióticos enquanto espera-se pelos resultados
dos exames para determinar se os sintomas dos pacientes são causados por uma
infecção por vírus ou bactérias.
Bacteriófagos
Os
bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos
procariotos. São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo
formas envelopadas. Os mais estudados são os que infectam a bactéria intestinal
Escherichia coli, conhecida como fagos T. Estes são constituídos
por uma cápsula protéica bastante complexa, que apresenta uma região denominada
cabeça, com formato poligonal, envolvendo uma molécula de DNA, e uma região
denominada cauda, com formato cilíndrico, contendo, em sua extremidade livre,
fibras protéicas.
A
reprodução ou replicação dos bacteriófagos, assim como os demais vírus, ocorre
somente no interior de uma célula hospedeira.
Existem
basicamente dois tipos de ciclos reprodutivos: o ciclo lítico e o ciclo
lisogênico. Esses dois ciclos iniciam com o fago T aderindo à superfície
da célula bacteriana através das fibras protéicas da cauda. Esta contrai-se,
impelindo a parte central, tubular, para dentro da célula, à semelhança, de uma
microsseringa. O DNA do vírus é, então, injetado fora da célula a cápsula
protéica vazia. A partir desse momento, começa a diferenciação entre ciclo
lítico e ciclo lisogênico.
No
ciclo lítico, o vírus invade a bactéria, onde as funções normais desta são
interrompidas na presença de ácido nucléico do vírus (DNA ou RNA). Esse, ao
mesmo tempo em que é replicado, comanda a síntese das proteínas que comporão o
capsídeo. Os capsídeos organizam-se e envolvem as moléculas de ácido nucléico.
São produzidos, então novos vírus. Ocorre a lise, ou seja, a célula infectada
rompe-se e os novos bacteriófagos são liberados. Sintomas causados por um vírus
que se reproduz através desta maneira, em um organismo multicelular aparecem
imediatamente. Nesse ciclo, os vírus utilizam o equipamento
bioquímico(Ribossomo)da célula para fabricar sua proteína (Capsídeo).
No ciclo
lisogênico, o vírus invade a bactéria ou a célula hospedeira, onde o DNA
viral incorpora-se ao DNA da célula infectada. Isto é, o DNA viral torna-se
parte do DNA da célula infectada. Uma vez infectada, a célula continua suas
operações normais, como reprodução e ciclo celular. Durante o processo de
divisão celular, o material genético da célula, juntamente com o material
genético do vírus que foi incorporado, sofrem duplicação e em seguida são
divididos equitativamente entre as células-filhas. Assim, uma vez infectada,
uma célula começará a transmitir o vírus sempre que passar por mitose e todas
as células estarão infectadas também. Sintomas causados por um vírus que se
reproduz através desta maneira, em um organismo multicelular podem demorar a
aparecer. Doenças causadas por vírus lisogênico tendem a ser incuráveis. Alguns
exemplos incluem a AIDS e herpes.
Sob
determinadas condições, naturais e artificiais (tais como radiações
ultravioleta, raios X ou certos agentes químicas), uma bactéria lisogênica pode
transformar-se em não-lisogênica e iniciar o ciclo lítico.
FONTE: http://www.sobiologia.com.br